Hoje, eu poderia escrever sobre o empoderamento feminino em suas diversas formas. A luta pela representatividade, por oportunidades equivalentes, pelo poder de escolha, pela voz que rompe silenciamentos. Uma vertente, porém, despertou em consequência de episódios pessoais recentes. Uma expressão que por muitos anos foi restrita ao que os olhos podem ver, mas que é imensamente maior: a beleza feminina.
A energia que vem da beleza interior das mulheres é o pulso do mundo. Um pulso que sabe o momento de ser firme e de abrir as mãos. Que entende que a força necessária para apontar o caminho é a mesma que acolhe. Que pega pelas mãos, que abraça, que vibra - que pulsa - por cada respiração sua ou dos seus.
Ser mulher é transcender.
Quando tudo parece parar, caminhar. Quando o inesperado acontece, se reinventar. Quando a luz apaga, renascer.
Ser mulher também é reconhecer suas fases. Como a lua, ser crescente e cheia, mas reconhecer o momento minguante e se abrir para que quem estiver cheia possa nos ajudar a nos renovar.
Renovação. Mais um conceito feminino. Ciclos mensais, ciclos de vida, que passamos.
A cada novo passo, um aspecto diferente da nossa beleza é criado. Na luz da vida, uma mãe surge. No turvo da perda, a filha/neta/mãe/irmã/esposa/amiga se apresenta. Na insegurança da (auto)avaliação, a profissional sobrepassa a "impostora". Nas lembranças sentimentais, a voz aceita a bagagem, mas diz para seguir em frente e acreditar no bem.
Acreditar. Acreditar em si. Um exercício diário e também tão belo.
Uma jornada de autoconhecimento, que culmina na aceitação de que somos a melhor versão de nós mesmas. Reconhecemos nossas cicatrizes e não as esquecemos, apenas seguimos com elas. Elas são parte de quem somos e elementos fundamentais de nossa beleza.
A valorização da nossa história pulsa dentro de nós. Erramos, sim. Aprendemos, erramos de novo. Um dia de cada vez.
Assim, seguimos renovando nossa energia. Energia que brilha, movimenta, sente, chora, vive. A energia transcendental da beleza feminina.
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